Emergência Tardia

Entenda o que é Emergência tardia, seus efeitos práticos na lavoura e como evitá-la.

O que é emergência tardia?

A emergência tardia acontece quando o processo de emergência das plantas acontece em momentos diferentes mesmo quando o plantio ocorre na mesma data. Esse descompasso no surgimento da superfície pode ocorrer de 1 a 4 dias após a emergência da primeira planta, e denominamos as plantas retardatárias de plantas dominadas.

Como diagnosticar?

O diagnóstico de emergência tardia pode ser realizado de duas maneiras, a primeira feita no momento da emergência, ao demarcar cada planta que emerge do solo por aproximadamente 5 dias consecutivos. A segunda maneira se baseia em observar a lavoura no início do desenvolvimento vegetativo e comparar o estádio fenológico entre as plantas. Isso é possível de ser correlacionado pois toda planta que teve uma emergência tardia apresentará um subdesenvolvimento em relação àquelas que tiveram emergência no momento.

Quais as causas?

Algumas das possíveis causas da emergência tardia são:

A semente não atingir a Linha de umidade do solo durante o plantio (raso), consequência da Downforce insuficiente.
A ocorrência de compactação nas paredes do sulco, consequência de uma Downforce excessiva.
Baixa Qualidade da semente (procedência, armazenamento ou lote ruins)
Baixo contato da semente com o solo, prejudicando o contato da semente com a umidade necessária para germinação.
Ocorrência de palha dentro do sulco de plantio, causando envelopamento das sementes.

Efeito prático da emergência Tardia

No cultivo do algodão, as plantas que emergem primeiro necessitam da aplicação de regulador de crescimento devido ao seu desenvolvimento, porém as plantas que emergem tardiamente são prejudicadas pela aplicação por estarem subdesenvolvidas. Dessa forma, a diferença de estádio fenológico fica ainda mais evidente nas plantas de emergência tardia.

Já no caso da soja, uma planta de emergência tardia se torna um planta dominada em relação às suas vizinhas, afetando bastante o seu desenvolvimento, número de vagens e produção individual.

Efeitos que podem ser notados:

Subdesenvolvimento durante todo o ciclo.
Penalização na polinização. No caso do milho, as plantas que emergiram tardiamente poderão sofrer penalização na polinização, pois a maioria dos grãos de pólen serão liberados antes e não terão viabilidade quando as plantas de emergência tardia estiverem aptas para recebê-los.
Planta dominada pelas vizinhas: Redução da produção em relação as plantas com emergência no período adequado. (Menor nº de vagens, menor tamanho de espigas, menor nº de capulhos).
As plantas que emergiram tardiamente apresentam subdesenvolvimento durante todo o seu ciclo de vida, ficando com um ou dois nós a menos em relação às demais.

Na imagem acima é possível observar espigas produzidas por plantas que emergiram no 5º, 6°, 7° e 8° dias após o plantio. As espigas produziram menor quantidade de grãos quanto maior foi o atraso de emergência das plantas do solo.

O gráfico acima contém os resultados de peso médio das espigas da imagem anterior. Da mesma forma que a imagem, a produção de grãos foi afetada pelo atraso de emergência de plantas.

Neste estudo de campo realizado é possível observar o quanto a emergência das plantas foi afetada pelo nível de pressão aplicado sobre as linhas da plantadeira. Os níveis intermediários de pressão apresentaram os melhores resultados de emergência de plantas. Cabe um destaque para o modo “Manual 30kg” que apresentou a menor velocidade de emergência e um alto percentual de plantas emergidas no 11º DAP.

É possível evitar? Como?

As três principais formas de se evitar a emergência tardia são a boa procedência das sementes, boas condições do solo e o controle da Downforce.

A primeira delas é trivial, pois sem um lote de qualidade de germinação e vigor, dificilmente o estabelecimento de plantas ocorrerá de forma uniforme, independentemente do solo e da regulagem utilizada. A partir do momento que a condição do solo começa a se alterar, a regulagem da pressão da linha da plantadeira tem que acompanhar as alterações (controle da downforce). Na maioria das vezes, quando o solo está com maior umidade do solo, menor força é necessária ser aplicada, enquanto que condições de menor umidade requerem maior força a ser aplicada sobre a linha da plantadeira. O sulco deverá sempre ser o mais bem construído possível para receber a semente, para sempre garantir um bom contato solo-semente. A palhada deve ser sempre eliminada do sulco de plantio, pois quando ela está presente, a semente poderá ficar numa posição de envelopamento e assim prejudicar o processo de absorção de água pela semente.

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